A Companhia

A história da Cia Macako Que Ri
Contada pelo símio velho; Cícero Gilmar Lopes

Macako é o nome genérico dos primatas antropóides, excluído o homem.  A maioria dos macakos vive em árvores. Daí aquela expressão: “cada macako no seu galho”.  No final de 2007, eu estava parado no meu galho, comendo umas folhinhas verdes, degustando uns insetos e os meus próprios carrapatos, quando fui cutucado e provocado, por dois jovens símios que me trouxeram uma cumbuca. Eu, macako velho que era não devia meter minha mão naquela cumbuca, mas há coisas que aprendemos facilmente e outras que teimamos em ignorar o perigo. A proposta era (de novo!) formar uma companhia de teatro e encenar uma segunda versão da peça “Os filhos da política”.
Uma semana depois começamos os ensaios e imaginamos planos que nos fariam os melhores do planeta. Iríamos (mais uma vez) tentar conquistar o mundo!
Não seríamos apenas mais uma companhia de teatro, seríamos uma inspiração, uma referência universal. Inauguraríamos uma tendência, fundaríamos uma escola. Porque nós tínhamos descoberto o segredo da pólvora, capturado a luz e aberto a caixa de Pandora. Mais que uma companhia, um movimento. Um grupo revolucionário que incendiaria corações e mentes! Só nos faltava um nome!
Foram sugeridos muitos nomes, na verdade só dois! Cia faz me rir e Cia de Teatro Macako Que Ri.
Claro que eu, macako velho, puxei a banana para o meu lado e batendo no peito como fazem os grandes gorilas convenci aos outros macakinhos a adotarem o nome “Macako Que Ri”. Por quê? Porque existem os macacos que não falam, os que não escutam e os que não enxergam e o mundo precisa de macakos que riam.
Porque somos mais uma espécie em extinção e a nossa esperança é derrotar as forças que nos oprimem, destruindo suas estruturas caducas através do humor. Os que pilotam essa máquina se acham superiores e se orgulham de nunca exprimirem um mínimo riso sequer. Então nossa macaka missão é fazê-los cagar de rir, virá-los do avesso, demonstrando que ali, no meio das suas entranhas reside um ser humano.
Bem, filosofias à parte, nossa estréia se deu em 13 de junho de 2008 no falecido Teatro Municipal de Cubatão, onde permanecemos por dois meses ocupando os sábados e os domingos, fazendo barulho e macakadas.
Nesse processo tínhamos no bando O Gorila Cícero Gilmar Lopes, o Chimpanzé Esquilo, o Macako Prego Rodrigo Santana e o Macako Aranha Welington, mais a participação especialíssima do Alexandre (da dança), o qual, não conseguimos classificar em nenhuma categoria simiesca.
Depois recolhemos da sarjeta o redondo orangotango Amaro Gomes e da selva mais colorida trouxemos o Gibão Marcelo Brandão, juntos ensaiamos e montamos o espetáculo “Homens – Somente para Mulheres” que estreou em maio de 2009 no saudoso Teatro do Kaos.
Com esse espetáculo fizemos uma grande temporada no Guarujá (um dia) e ganhamos a fase municipal do Mapa cultural do estado de São Paulo e somente por uma sacanagem da Secretaria de Cultura de Praia Grande não podemos competir na fase Regional.
Atualmente continuamos com grandes planos. Outros símios se uniram ao grupo e agora também contamos com umas macakinhas, todas muito lindas, o que nos oferece a possibilidade de finalmente acasalar.
 Vamos ver...